Renúncia
Segundo o dicionário, renúncia significa
“abdicação, abandono, desistência, recusa…” entre tantos outros sinônimos. Destes,
o que mais se aproxima daquilo que entendo, de fato, como renúncia, é “abdicação”.
Quando alguém renuncia algo é porque
optou, preferiu, escolheu outra coisa, ou alguém, em detrimento àquela que
deixou pra trás.
Compreendo e aceito quem discorda desta
afirmação, considerando, por exemplo, que renunciar pode ser simplesmente “desistir”,
sem ter algo em troca, apenas não querer esta ou aquela situação.
Certa vez, Fernando Pessoa disse que “a
renúncia é a libertação. Não querer é poder”.
Quando deixamos de lado nossos desejos
em excesso, nossas expectativas exageradas, nossas tentativas em inflar nosso
ego cada vez mais sedento por conquistas e glórias, percebemos que a vida
continua a seguir seu fluxo da mesma forma… e isso pode ser frustrante, caso
não reconheça que faz parte do percurso natural das coisas.
Por outro lado, seria ainda mais
frustrante se tentássemos a todo modo buscar algo que, mesmo utilizando nossas
melhores qualidades, aplicando nossas principais estratégias, debatendo com
nossa melhor equipe, em algum momento, percebamos que nunca chegaremos a
alcançar.
Faz parte da natureza humana conquistar,
atingir metas e elaborar planos para que algo se concretize. E isso é
fundamental em nossas vidas. É intrínseco ao ser humano. Por isso ao realizar
uma escalada, “não é a montanha que conquistamos, mas nós mesmos”, segundo Edmundo
Hillary.
Por mais que exista um “troféu” a erguer
ou pendurar na prateleira da sala, é a si mesmo que se pretende conquistar. A fama,
a glória e o sucesso só tem valor quando se deixa um legado.
Abdicar ou desistir não é uma decisão
fácil, para quem pretende alcançar um objetivo ou conquistar a si mesmo, como também
pode não ser corajoso ou honroso, se não for para buscar algo ainda maior.
Quanto ao julgamento se é a melhor
decisão a ser tomada, só o tempo trará a resposta.
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