CFA classifica como "abominável" post racista de conselheiro na internet

O Conselho Federal de Administração (CFA) afirmou, por meio de nota, que condena e considera "inaceitável" a postagem do conselheiro federal Marcos Clay que viralizou na internet por causa de seu conteúdo racista. A publicação no Facebook, agora já apagada por Clay, era uma foto da goleira Bárbara, da Seleção Brasileira feminina, acompanhada pelo comentário "Eu odeio preto, mas essa goleira do Brasil tinha chance". Publicado pelo conselheiro na última sexta-feira (12), o post logo ganhou repercussão na internet, ganhando críticas do país inteiro. Veja o print:
Segundo o CFA, a declaração de Clay ofendeu "não apenas a goleira da seleção brasileira de futebol feminino, Bárbara, mas a todas as mulheres e negros", e "não reflete o pensamento e ações da Autarquia". O conselho afirmou ainda que tem "tolerância zero" para posições que ferem direitos coletivos e e individuais, e que adotará "imediatas providências internas jurídicas e administrativas para apurar as reais circunstâncias do abominável episódio".
O administrador Marcos Clay, após apagar a publicação, pediu desculpas em sua página de Facebook, e afirma que seu comentário foi "infeliz" e "de mal gosto". "Foi um comentário infeliz, estou muito arrependido. Foi uma brincadeira de mal gosto, que não imaginava que sairia do meu grupo de amigos", disse. O conselheiro ainda declarou que a postagem foi mal interpretada. "Não era uma postagem pública, fiz apenas para meus amigos, como uma brincadeira. Infelizmente, quem não me conhece não entendeu, e nessa época de Facebook, qualquer print vira notícia", afirmou. Clay também conta que tem recebido ameaças na rede social. "Estou recebendo várias ameaças no Facebook, pessoas que dizem que vão me matar ou dar uma surra. Não imaginava que isso sairia do controle assim, foi realmente uma brincadeira infeliz".
Confira a nota do CFA na íntegra:
"O Conselho Federal de Administração (CFA) vem manifestar seu veemente repúdio pelo lamentável episódio protagonizado por um de seus conselheiros federais na última sexta-feira.

De forma inaceitável e até agora inexplicável, o conselheiro federal pelo Acre, Adm. Marcos Clay, emitiu em seu perfil pessoal no facebook declarações que, de acordo com a lei e o senso comum, ofendem não apenas a goleira da seleção brasileira de futebol feminino, Bárbara, mas a todas as mulheres e negros. Tal declaração não reflete o pensamento e ações da Autarquia.

O direito constitucional de Marcos Clay à livre expressão não pode ofuscar ou suprimir outros direitos coletivos e individuais, também constitucionais. Tolerância zero com tal atitude é o clamor da sociedade e a posição do CFA.

Além de nos posicionarmos contra o ódio, a discriminação e a desvalorização da mulher e do negro, em face de uma conduta pessoal e isolada de um de nossos membros, adotaremos imediatas providências internas jurídicas e administrativas para apurar as reais circunstâncias do abominável episódio."

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