As barbaridades que aplaudimos de pé
O que é bom no nível individual nem sempre é bom no nível social. O papel de um bom governo é equilibrar essas demandas. Infelizmente, nosso governo continua sendo demagógico e toma atitudes do tipo "boa para você, ruim para todos”.
Duas notícias recentes foram comemoradas exatamente ao contrário.
1) Somos um dos últimos países do mundo em que as companhias aéreas são obrigadas a despachar bagagem sem cobrar. Isso dificulta as parcerias internacionais, e é bem verdade que aumenta em muito o gasto de combustível dos aviões (que é um dos maiores gastos das companhias). Em vez de aumentarem a infraestrutura e facilitarem o investimento de grupos estrangeiros no setor, o que melhoraria o mercado, nossos políticos demagogos deixaram a obrigação das bagagens como está. Garantindo que o transporte aéreo continue do mesmo jeito.
2) O governo também vai permitir que se cobrem diferentes preços de acordo com a forma de pagamento. Na prática, muita gente no comércio já faz isso. Você pode achar bom que vai ganhar "desconto", o comerciante pode achar bom que vai se livrar da cobrança do cartão. Novamente, o que é bom para você pode ser ruim para a sociedade. Na prática, o governo está mudando o mecanismo de preço, confundindo tudo com vários preços. Está ajudando os corruptos e informais a não regularizarem seu dinheiro e andarem com dinheiro sujo no bolso, que não precisa mais entrar no sistema. Está premiando a sonegação. Você tem uma loja de botões. Ao seu lado abre uma loja de botões que só recebe em dinheiro, dá desconto, mas também não paga imposto. De quem é a vantagem?. Algo que parece bom no individual vai tirar recursos do sistema financeiro oficial e aumentar a economia informal, quando o governo deveria fazer esforços justamente ao contrário.
O problema de viver sob governos demagógicos é que é difícil não aplaudir tais atitudes. Afinal, elas parecem boas para nós. O problema é que o político, sabendo disso, faz um agrado momentâneo na população, deixando de lado a situação de longo prazo.
Por Fábio Zugman
Fonte: Administradores
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