O Catraca Livre não foi o pior de ontem
Vocês devem ter acompanhado a repercussão negativa gerada por publicações do site Catraca Livre nesta terça-feira (29), em meio à comoção nacional provocada pelo acidente aéreo com a equipe do Chapecoense. Leitores acusaram o portal de ser insensível e recorrer ao sensacionalismo sobre o caso para conseguir cliques. Para piorar, o Catraca tentou se justificar, explicando a suposta importância de fazer aquele tipo de cobertura. E, mais adiante, o fundador da empresa deu o golpe de misericódia na própria crise: fez uma publicação reconhecendo a própria responsabilidade pelos erros, mas abriu o texto com um “ganhei muitos prêmios”. Deu mais munição para o tiroteiro. Nenhum pedido de desculpas ou reconhecimento do erro ainda foi capaz de apagar o incêndio. Mas acredite: o Catraca Livre não foi o pior de ontem.
Aproveitando a cortina de fumaça gerada pelo acidente (TVs, rádios, jornais, revistas, sites, redes sociais, todos tinham olhos e ouvidos apenas para a tragédia), deputados e senadores madrugaram no Congresso e votaram projetos polêmicos e de extrema importância para o momento que o país vive.
No Senado, foi aprovada em primeiro turno a PEC 55, proposta de emenda constitucional que congela os gastos públicos por 20 anos e tem sido alvo de críticas por parte de trabalhadores e alguns economistas.
Na Câmara, o pacote anticorrupção proposto pelo Ministério Público foi praticamente rasgado. Apenas quatro propostas foram aprovadas e medidas controversas foram incluídas, como proposta que tramitava em separado e que endurece punições a juízes e procuradores. A iniciativa é vista como uma retaliação dos parlamentares investigados na Lava Jato.
Se falamos de marca, podem ter certeza: a do Congresso está bem mais cheia de lama que a do Catraca Livre.
O Catraca já perdeu quase 1 milhão de seguidores. E quanto aos deputados: você vai continuar tolerando o que fazem?
Por Ramón Hernandez
Fonte: Administradores
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