Anda esquecendo muito das coisas? Seu problema pode ser "demência do preocupado"


A neurologista Frances Jensen, autora do livro O Cérebro Adolescente, constatou recentemente algo já percebido por quem geralmente passa o dia resolvendo problemas e quase sempre conectado ao smartphone: a grande demanda de obrigações e a sensação de se estar sempre "online" está gerando uma espécie de "demência do preocupado". 
Em matéria publicada pelo El País, a cientista afirmou que apesar de ter todos ou a maior parte dos sintomas de demência (declínio mental, confusão mental, perda de memória, desorientação, incapacidade de falar ou entender coisas comuns, etc.), trata-se apenas de algo que acontece devido às preocupações contínuas do nosso cotidiano.
"Acho que acontece com muitas pessoas. Nosso cérebro não pode mudar de tarefa de uma maneira tão rápida como a que nos exige o dia a dia, de forma que perdemos a atenção, e depois nos esquecemos o que tínhamos que fazer", acredita Jansen.
O culpado disso pode ser um recurso explorado por vezes em excesso por empresas e profissionais: o multitasking — ou, em bom português, multitarefa, que trata das múltiplas atividades que temos que dar conta todos os dias e ao mesmo tempo.
"A multitarefa nos é vendida de inúmeras formas que, às vezes, podem ser atraentes ou inevitáveis: é cool, e se você não pode fazer tudo é porque você não é um bom profissional ou não conseguiu aproveitar o curso ao máximo. No Ocidente se fomenta um modelo produtivo no qual temos que competir de forma contínua para nos mantermos atuais, mas é quase impossível seguir o ritmo porque o nível de acontecimentos e possibilidades é infinito e absolutamente inalcançável", disse a psicóloga Isabel García ao El País.
A recomendação de profissionais da saúde para resolver o problema é, basicamente, se comprometer com coisas possíveis e que podem ser feitas de acordo com o seu ritmo pessoal. Ou seja, não acumular trabalho, não exagerar no tempo disponível online, ter um tempo de descanso, se alimentar e dormir bem, etc. Caso você tenha dificuldades para delimitar prioridades e organizar o seu tempo, é válida a consulta com profissionais que podem ajudar neste processo, como psicólogos e coaches.
Diante do problema e tentando fugir dos prejuízos causados por ele, diversas empresas já diminuíra suas jornadas de trabalho para seis horas de trabalho. A Toyota da Suécia, por exemplo, libera o seus funcionários mais cedo há 13 anos, o que, segundo a empresa, gerou um número menor de faltas e maior na produtividade.

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